Recordo aquele dia de Estio deleitoso
perfumado de feno, pinho e alecrim
o recanto umbroso do rio da
mocidade
escondido entre fraguedos
guardiões da verdade
Aquela tarde sem fim
em que fui Fauno por encanto
e a minha doce companhia
uma Dríade lendária
quando sem sombra de mal
nos entregámos a inocentes
e aquáticos folguedos
sem maldades ou medos
Recordo as fugas simuladas
por entre giestas e fragas
as dissimuladas perseguições
o bater aberto dos corações
a ternura dos abraços
o beijo apaixonado
até então nunca experimentado
E recordo o momento mais ardente
em que nos demos por vencidos
tomados de paixão emergente
já completamente despidos
Virgens?!
… éramos os dois..
...E depois!?
Ninguém se deu conta
que naquela tarde de Estio
perfumado
em que o amor desponta
sadio
perdêramos ambos a virgindade
levada para sempre
na limpidez da água corrente
Tudo ocorreu com naturalidade
com a correnteza da verdade
na mais pura e santa inocência
Não houve choros
nem ranger de dentes
nem palmas
nem traumas
ninguém levantou a voz
muito menos nós
a tal fizemos referência
Era pelo Estio
nas águas do rio da mocidade
que se perdia
a virgindade
In Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)
PARABÉNS HENRIQUE POR ESTE RECORDAR NO PASSAR DO TEMPO, POÉTICO JÁ SERIA TODA A ENVOLVÊNCIA DESCRITA.
ResponderEliminarGOSTEI DE LER
LÍDIA
Parabéns poeta, pela bela construção poética. Um primor sua escrita!
ResponderEliminarBelíssimo poema, ilustre amigo. Parabéns!
ResponderEliminarAgradeço. Abraço.
EliminarNada se perdia e tudo se ganhava - vida - tendo por testemunha a natureza. Simplesmente belo ,poético
ResponderEliminarAgradeço a simpatia da visita e a generosidade das palavras. Abraço.
Eliminar