Não foi o vento não
Foi uma lufada da mais cruel verdade
um ciclone de desilusão
que soprou pelo Outono
na alma indefesa
demasiado presa
ao coração
Foi uma aragem de angústia
um sopro de saudade
eriçada a destempo
em tempestade
A chuva dissolveu os versos
o vento dispersou as palavras
E as sílabas voaram feitas folhas soltas
por entre ruídos
de ideias rasgadas
Que nas voltas e reviravoltas da amargura
retornaram à razão
entristecidas
com o espírito votado ao abandono
esfrangalhado
roído de dor
caído na loucura
Restou
este poema memória
história triste
crua
de um amor tresmalhado
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 17 de Abril de 2009
Henrique
António Pedro
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