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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Se te perguntassem se gostarias de não ter nascido, que dirias?




Se te perguntassem se gostarias de não ter nascido,
que dirias?

Eu diria que sim
que não,
já que sofrer, nem ver
ainda que haja quem diga
que a vida
é uma ilusão

Por maior que sejam o poder
e a glória
por muito me encante
e ame a vida
agora
que vivo

E se me perguntassem se gostaria de não morrer
diria que sim
que não
por preferir continuar
a sonhar
e a amar
sem outro motivo

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Usemos palavras como usamos pedras




Usemos palavras como usamos pedras

 

Usemos palavras como usamos pedras
para construir casas e castelos
templos
poemas e pontes

Pedras de xisto
de granito
de mármore
ouro ou diamante

 

Palavras de paz e de amor


Usemos palavras como usamos pedras de embaraço

ou demência
que se lançam fora ou se calam
para aliviar o coração

ou estender a mão a um abraço

 

Usemos palavras como usamos pedras

bem pesadas

bem medidas

bem sentidas

de amor e compaixão

 

Usemos palavras como usamos pedras

contas de um rosário

de penitência

e contrição

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 17 de Agosto de 2010

Henrique António Pedro

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A vida não é uma batalha perdida



Apraz-me caminhar sem destino

em espaço aberto

sem saber ao certo

aonde me leva o caminho

nem mesmo se regresso

 

Andar a esmo

à sorte

às voltas a mim mesmo

pelo verso

pelo anverso

e de reverso

sem tempo

sem norte

nem tino

 

Indiferente ao sol, à chuva e ao vento

com o pensamento disperso pela poesia

meu modo de viver

crisol do meu entendimento

farol do meu crer

força do meu acreditar

que a vida não é uma batalha perdida

ainda que acabemos por morrer

 

A vida é uma batalha vencida

se com amor

soubermos vencer a dor

 

Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Setembro de 2009

Henrique António Pedro

 

 

 

 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Uma mesma utopia, a poesia!




Será reflexo do passado
eco do futuro
desejo imaturo
estranho sortilégio
desígnio divino
humano privilégio
sopro do corpo
apelo de espírito
ou pensamento proscrito?

Aquilo que nos anima e aproxima
e nos põe a falar
ao sabor do vento
afastados no espaço
unidos num abraço
sincronizados no tempo

Mesmo sabendo que nunca
mas nunca
nos vamos ver
nem tão pouco encontrar
seja lá onde for

Mesmo assim dá para entender

É a mesma vontade de dar
e de amar

Um mesmo Amor

Uma mesma utopia

A poesia

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

À procura de um nada que tarda




Sou um nada

ninguém

 

Alguém que caminha ao cair da tarde

por chão atapetado de pétalas de flores de tílias

perfumadas

a derramar paz e amor por onde passa

à procura de deixar de ser

um nada ninguém

num amanhã

que tarda

 

Maior glória ninguém poderá sentir

que derramar paz e amor por onde passa

e ainda acrescer o silêncio do mundo

num silencioso devir

 

Só assim

livre

a minha angústia poderá partir

e voar

e me deixar não ser

amanhã

um nada ninguém

 

E nada mais me poder perturbar

ainda mais

 

Vale de Salgueiro, domingo, 27 de Junho de 2010

Henrique António Pedro

 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vou fugir para o futuro distante




Vou fugir para o futuro
distante

Pôr-me a andar daqui
para fora

Já!
Agora!

Fugir da miséria
da guerra
da mentira
da corrupção
da poluição
e da tragédia

Vou fugir para o futuro
distante
sem demora
e levar comigo todos a quem
quero bem

Aqui
e agora
no presente
já tudo que é bem
está ausente
nalgum lugar

Só já dá
mesmo
para sonhar

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