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sexta-feira, 10 de junho de 2022

Que mil bombas de amor deflagrem sobre a Terra


Calar a verdade é mentir

Dar para receber é comprar e vender

Mentir é subtrair

A paixão sem amor é uma forma de odiar

Proclamar a paz a pensar na guerra

é uma forma de guerrear


Que os vírus malditos sejam de pronto circunscritos 

Que o ódio e o terror não vençam o amor

Que os donos do mundo reflictam

para que Hiroxima e Nagasaki se não repitam


Urge libertar a Humanidade do vício e da animalidade 

Que mil bombas de amor deflagrem sobre a Terra

para que a Paz triunfe sobre a guerra


Vale de Salgueiro, 1 de Setembro de 2007

Henrique António Pedro


quinta-feira, 9 de junho de 2022

O tempo: epifenómeno do movimento.

 


 

Existe em função do movimento

O tempo

 

Do espaço

E do embaraço da Razão

Tomada de ilusão

 

Sucessão de acontecimentos

E de eventos

Que ocorrem sem cessar

De que só o Espírito

Mais puro que o pensamento

É capaz de se libertar

 

O tempo

Epifenómeno-do movimento

 

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Henrique António Pedro


quarta-feira, 8 de junho de 2022

Se os poetas amassem sinceramente

 


Se os poetas amassem

sinceramente

não fariam do amor

poesia

 

Limitavam-se a amar como toda agente

tão somente

porque amar

não é fantasia

 

Se os poetas sofressem

verdadeiramente

não fariam da dor

poesia

 

Limitavam-se a sofrer como toda a gente

tão somente

porque amar

não é filosofia

 

Os poetas, porém

nem amam somente seus amores

nem apenas sofrem suas dores

amam os amores e sofrem as dores

dos demais

 

E espalham por toda a parte

poemas intemporais

versos de dor

de amor

ou de combate

 

Se os poetas amassem e sofressem sinceramente

amavam e sofriam como sofre e ama toda  agente

mas ao amor

e à dor

faltava poesia

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 27 de maio de 2014

domingo, 5 de junho de 2022

“Dies irae, dies illa”


Lúgubres são os anos

Trágicos os enganos

Adventos de piores tempos

 

Nunca houve tanta miséria

Tamanha opressão sobre a Terra

Tão desumana foi a guerra

Tão cruel a carnificina

Tão generalizada a fome

Tão exposta a doença

Tão desmedida a ambição

Tão descarada a ofensa

Tão global a maldição

 

Nunca tantos aviões voaram nos ares

Tantos rios foram aprisionados

Tamanha a poluição dos mares

Tantas as árvores derrubadas

Tantos animais violentados

Tão fundo a terra foi esventrada

Tão generalizadamente o solo conspurcado

 

Quantos mais aviões vamos pôr a voar?

Quanto mais auto estradas vamos abrir?

Quantas mais bombas vamos fabricar?

Quanto mais petróleo queimar?

Quantos mais infelizes vamos deixar morrer?

Quantos mais animais vamos chacinar?

 

O coração da legião dos famintos

E dos moribundos excluídos do mundo

Já entoa em tétrico silêncio

Acordes de “dies irae”

 

De ira são os dias que se avizinham…

Oh homens e mulheres de boa vontade!

Promovei desde já a mudança!

 

Dies ira … dias de Ira

Dies ila …dias de Esperança


Vale de Salgueiro, 6 de Dezembro de 2007

Henrique António Pedro


sexta-feira, 20 de maio de 2022

Cantando e assobiando

Caminho pelo campo

sozinho

canto e assobio

baixinho

como quando era menino

 

Como se fora ave

no céu

a voar

 

Vento

aragem

miragem

sobre os campos

a pairar

 

Ideia

sonho

risonho

flor

a florir

 

Simples vontade de amar

 

Coração

a bater

sem mãos a medir

 

Poeta de alma aberta

Razão prestes a explodir

 

Como se sem querer quisesse

com a Natureza melhor me identificar

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Henrique António Pedro