VII
De olhar encarcerado e coração
sufocado
Domingo
no calendário cristão
Tomo
chá e fumo
Solitário
Numa
esplanada desolada de Cabul
Voltada
para Sul
Em
terra do Islão
Não
me ocorre mais nada
Que
olhar à roda
À
procura de uma mulher de cara destapada
Mas
se alguma passa
Passa
envolta de desgraça
De
os olhos fugidios
Arredios
Encarcerados
Trespassados
de medo
Talvez
me olhem
E
amem
Em
segredo
Por
pensarem que também eu estou prisioneiro
De
igual degredo
Estoura
uma bomba bem perto
Desperto
Não
é sonho nem pesadelo
É
a crua realidade
A
tragédia no coração de uma cidade
Afeganistão, Ponto GPS Burca, 03092005
Brian P. Smith
Apostila:
É o primeiro dia de folga desde
que aqui cheguei. Na impossibilidade de estar com a linda e jovem turca que me
tem acompanhado nas mais doces e arriscadas missões clandestinas, aqui na
cidade de Cabul, optei por atacar o meu aborrecimento, caminhando até ao
mercado. E por ficar filosofando sentado
numa mesa de esplanada. Até que me apercebi que alcançara os limites de tempo e
espaço para ali poder em segurança.
É preciso coragem para andar por aí...
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