segunda-feira, 16 de setembro de 2013
O cálice da paixão
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Pede-me que lhe escreva um poema de amor
Ela
sabe bem que o poeta fantasia
ainda
que sempre o faça por amor
e não
para enganar ninguém
Embora
só a si próprio se iluda
com
o ilusório solilóquio
com
que alivia
sua
dor
Pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema cor-de-rosa
sem
imaginar como me perturba
tal
o dilema
em
que me mete
Não
porque me não dê sedutoras mesuras e motes
estrofes
e rimas
tantos
são os seus atributos
tão
fortes os seus dotes
tão
ousados os seus decotes
ou
não fora ela toda feita de poesia
e
de prosa
Vaidosa
pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema
cor-de-rosa
Um
poema de amor que a faça sonhar
sem
imaginar
como
me compromete
Não!
Poemas
de amor não tenho devolutos
Que
se contente com este poema de verdade
que
de amor não deixa de ser
embora
de um género mais “soft”
a que
se chama amizade!
Vale
de Salgueiro, domingo, 8 de Agosto de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A mulher não é flor que se cheire
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Ápex
Passo horas assim
Quieto
Bem desperto
Em decúbito dorsal
fitando o tecto
do Firmamento
A brisa suave que me afaga por fora
transforma-se em vento
por dentro
Mesmo com o céu encoberto
embrenho-me em recordações
em dilações do tempo
dou volta ao mundo
Suspendo a vida
Uma estrela cadente
perdida
passa célere
ante meus olhos
Num ápice
mergulho no ápex
arrastando comigo todo o Sistema Solar
Até que ouço alguém chamar
a dizer-me que são horas de dormir
a pedir-me para voltar
antes que me perca
Mas eu já não estou ali
nem lá
nem além
nem aqui
nem cá
Estou inteiro dentro de mim
onde também cabe o Cosmos
É de lá que vejo
sinto
e ouço
o mundo que me cerca
in “Introdução à Eternidade”
Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia)
1.ª Edição, Outubro de 2013