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terça-feira, 3 de junho de 2025

Serei só eu a sonhar?!


Eu não valorizo o que escrevo

faça-o no vento

na água

no tempo

ou noutro meio qualquer

  

Muitas vezes nem sei o que digo
o que faço
ou semeio sem querer

ainda que tudo que escrevo tenha um fim

e um sentido

Gostaria de saber sim

as mil coisas que outros leem

naquilo que escrevo

com enlevo


Cada um à sua maneira
seja qual for sua cor
a sua bandeira

a sua graça

ainda que o lendo

se faça desentendido

A mim
basta-me pensar
que cada novo verso

que eu publicar

por mais bisonho

abre um novo universo

que irá povoar

com um novo sonho

 

E que assim sendo

não serei só eu

a sonhar

Vale de Salgueiro, terça-feira, 22 de Junho de 2010

Henrique António Pedro


sexta-feira, 30 de maio de 2025

A minha alma é o tudo todo que sou eu


A minha alma tal qual eu a sinto

não é branca

ou negra

etérea

transparente

deliquescente

ou sequer vaporosa

 

Tão pouco é uma luz interior

magenta

alada

prateada

cor-de-rosa

ou cinzenta

 

A minha alma é um vórtice de amor dentro do meu ser

que anseia tudo envolver ao redor

ao som da cósmica melodia sinfónica

 

É a vontade de com verdade

abraçar a Terra inteira

o Céu, as Estrelas e as Galáxias

o Universo intemporal

e tudo devolver à vida

em explosão sideral de amor

 

A minha alma tal qual a sinto

e pressinto

é um sopro de sentimento

um emaranhado novelo de afecto

e pensamento

 

É a radiação do meu cérebro que afago com a mão

ao ritmo do pulsar do meu coração

 

A minha alma tal qual eu a sinto

sou eu

 

São os meus eus que animam o meu corpo

feitos vento

a voar para Deus

Universo fora

Espírito adentro

 

A minha alma tal qual eu a sinto

é o tudo todo que sou eu

 

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 16 de Abril de 2009

Henrique António Pedro

 

sábado, 24 de maio de 2025

Ego sum qui sum!



São os meus pensamentos

afectos e sentimentos

minha força de amar

que põem o Universo a pulsar!

 

Ser ou não ser

não é a questão

mas antes saber

se sou ou não ilusão

 

in Minha Pátria Montanha Minha Pátria Montanha

(Editora Ver o Verso-2005)


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Pesadelos e Pedras de Sonhar


Sinto o corpo levitar

sem da alma se separar

 

Agarro-me a mim mesmo

em desespero

sinto medo de ainda assim me ver

a voar

qual pedra a flutuar

no ar

 

Penedos tredos

medos pesados

enormes

disformes

em mil imagens

e miragens

em nuvens negras

projectados

 

Pesadelos

sonhos enfadonhos

que rasgam a Razão

explosão

que implode o coração

 

Antes fossem folhas

pétalas

penas

etéreas como o pensamento

que a mais leve aragem

o mais brando vento

faz voar

 

Mas eu sou corpo e sou espírito

sem me angustiar

cristão constrito

pedra de altar

em que a minha vida

dorida

se irá consumar

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 29 de Outubro de 2010

Henrique António Pedro

terça-feira, 20 de maio de 2025

Amor de Maio


Agora que entrou Maio

langoroso, sensual e perfumado

lembro

saudoso

e sorrio

com agrado

 

A pantera cor-de-rosa

que eu acariciava

temeroso

deliciado

 

No prado

ameno

à beira rio

marchetado de malmequeres

 

Reclinava a cabeça no meu peito

amorosa

a jeito de que eu a pudesse mimar

com a juba odorada de feno

a esvoaçar

 

A sua mão era a brisa

que me abria a camisa

e me convidava a voar

 

Agora que entrou Maio

langoroso, sensual e perfumado

lembro

saudoso

e sorrio

com agrado

 

Vale de Salgueiro, sábado, 1 de Maio de 201020130506

Henrique António Pedro

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Daqui, do infinito


Aqui onde estou

no tempo em que vivo

é onde a eternidade começa

e o infinito se inicia

 

Vivesse eu noutro tempo

em qualquer outro lugar

com ar para respirar

e cérebro para pensar

sentiria a mesma sensação

o mesmo aperto de coração

o mesmo lapso de Razão

 

Arrasto comigo o infinito

e a eternidade

para onde vou

 

Existo no Infinito

 

Vivo na eternidade

 

Henrique António Pedro

Vale de Salgueiro, 12 de Maio de 2025