Abençoada
chuva
A
terra, árida, sofrida, fulva,
Vira
húmus fértil, úbere vulva.
O
céu asperge azeite e vinho.
O sempre
verde, altaneiro, pinho,
Abre
os seus rijos ramos à chuva
Que
lava o ar da atmosfera turva
E
ao lixo do solo dá destino.
Quando
o Sol de novo raiar
Novo
milagre vai acontecer:
O solo
sáfaro vai verdejar.
E a
Terra Quente vai exultar
E
com o cântico do seu viver
A
chuva abençoada louvar!
Vale
de Salgueiro, 19 de Abril de 2008
Henrique
António Pedro
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