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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

UBIQUIDADE



Diz-me

para me consolar

e iludir a minha saudade

que embora ausente

estou sempre presente

no seu coração

 

Que eu sou omnipresente

vá para onde ela for

esteja eu onde estiver

seja qual seja a condição

 

Mas eu

dela distante

não sei quem sou

ando inclinado

oblíquo

sem a poder esquecer

vivo em obliquidade

 

Sou um viandante “omniausente”

um desertor

livre na obscuridade

enjaulado no seu amor

 

Gostaria de ser ubíquo

de poder estar aqui e lá

ao mesmo tempo

em todo o lado

 

Vê-la

e tê-la

ainda assim

a ela a mim

e eu a ela

sempre abraçado

de verdade

 

Ainda que o amor

tenha o dom da ubiquidade

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 2 de Setembro de 2008

Henrique António Pedroo

 

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