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sábado, 15 de julho de 2023

Paz na Terra


Paz na Terra

in “50 Sonetos de Bem Amar e Bem-querer “(Inédito)

 

Se eu pudesse acabar já com a guerra

E decretar Amor e Paz por toda a parte

Com poesia ou qualquer outra arte

Nem um só dia ficaria à espera

 

A tantos humanos a guerra desespera

E tão grande é o sofrimento que comparte

Que urge erguer bem alto o estandarte

Da cooperação, na paz. por toda a Terra

 

Sem outra exigência ou condição

Que não seja amar-nos como Cristo diz

Como bons irmãos do fundo do coração

 

Fazer da Terra inteira um só País

E de todos os povos uma só Nação

Criar nova Civilização de raiz

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 14 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro

 

 


sábado, 8 de julho de 2023

Ser-se poeta é um ser-se para o amor

 



 

Ser-se poeta é um ser-se para o amor

 

Ser-se poeta…

é ser-se anormal

ser-se amoral

não conhecer nem o bem

nem o mal

 

Ser-se poeta…

é ser-se inocente

ser diferente de toda a gente

não se ter maldade

 

Ser-se poeta…

é procurar a verdade

sem obedecer a nenhum poder

é sentir a dor dos outros

e com os outros sofrer

 

Ser-se poeta…

é sentir prazer

sem praticar imoralidade

 

Ser-se poeta

é um ser-se para o amor

 

Ser-se poeta…

É aspirar à imortalidade

 

Vale de Salgueiro, domingo, 27 de Junho de 2010

Henrique António Pedro


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Os cinco entes que sou

 


Os cinco entes que sou

 

Afectado de soledade

fascinado de quietude

essa virtual virtude

que leva o corpo a espairecer

diluo-me no tempo

ao entardecer

 

Mergulho o cérebro no éter

que adormece

 

E enquanto o corpo desfalece

e a alma se banha no luar

o espírito pôe-se a divagar

 

Assim dividido

melhor me diviso

nos cinco entes distintos que sou

e que andam amarradas à vida

e à sorte:

 

- O corpo que sente

- A razão que raciocina;

- A alma que paira para a morte;

- E o espírito que livre,

  vive

  mas não morre

 

E o outro, ainda

que não sou

mas quero ser

 

Vale de Salgueiro, quinta-feira, 30 de Julho de 2009

Henrique António Pedro

in Introdução à Eternidade 

Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia) 

1.ª Edição, Outubro de 2013 


 

sábado, 1 de julho de 2023

Profissão de Fé



Profissão de Fé


Esta certeza interior

é do tamanho da minha própria Fé


Nem o Pai 

nem o Filho

nem o próprio Espírito Santo

me darão tratamento preferencial

na Terra como Céu

nem me tornarão imune a qualquer doença

tragédia, calamidade ou mal

nem me nomearão para um cargo governamental


Nem me libertarão de ser eu 

a ganhar o meu próprio pão

com o suor do meu próprio rosto

e não deixarão de me olhar

como a todos os mortais

com a mesma distância cósmica


Mesmo que muitos achem ridícula

esta minha Fé

não deixarei de acreditar no Pai

no Filho

no Espírito Santo

em Jesus Cristo

na Virgem de Fátima e nos Santos


Nem deixarei de respeitar 

outras crenças ou indiferenças

de manter uma esperançosa espera

na afirmação da Paz, do Amor e da Verdade

sobre toda Terra


Sem fanatismo ou acintoso proselitismo 

sem subserviência a igrejas ou ritos

sem procurar conflitos


Porque sinto que só pela via da Fé 

sem condição

me poderei transformar

e cumprir a minha divina vocação

de me aproximar do Absoluto

 

in Introdução à Eternidade 

Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia) 

1.ª Edição, Outubro de 2013 

Também poderá ouvir declamado no Youtub: 

http://www.youtube.com/watch?v=VeR-grRhjAU

 


domingo, 25 de junho de 2023

Porque nos aprisionou na Terra, o Criador?

 


Porque nos aprisionou na Terra

o Criador

nesta gaiola azulada

dependurada no Sol

e que balança ao sabor dos ventos cósmicos?

 

E porque nos alimenta Ele

com amor, dor, angústia e sonho

envoltos pela diáfana redoma atmosférica

que apenas os raios de luz

e a imaginação

transpõem

 

E porque nos projectamos nós

no Espaço incomensurável

rasgamos a Razão

e soltamos aflitos gritos de espírito

por não O podermos ver?

 

Talvez nos queira Ele ouvir cantar

e louvar

só pode ser

 

E que sejamos nós a nos libertar

e a aprender

a voar

até Ele!


Vale de Salgueiro, Quinta-feira, 12 de Junho de 2008

Henrique António Pedro



quarta-feira, 21 de junho de 2023

A SEREIA DO AÇUDE DE MIRADEZES


 

A SEREIA DO AÇUDE DE MIRADEZES

(Sereia de água doce) 


Sento-me

Numa pedra

No idílico açude de Miradezes

Onde por vezes

Me refresco e reflicto

 

Eis que num gesto inusitado

Se vem sentar a meu lado

Uma jovem sereia

Despida

De biquíni amarelo ajustado

Ao corpo mais belo

Que alguma vez já vi

 

E me sorri

Sedutora

Escultural

Monumental tentação

Enquanto com o dedo polegar do pé

Acaricia as águas mansas

Do meu rio Rabaçal

Que corre manso

No pino do Verão

 

À falta de melhor ideia

Falo-lhe de poesia

Com alegria

 

Qual não é o meu espanto

Porém

E sem que lhe haja dado motivo para tanto

Começa a brincar comigo

Amorosa

E maliciosa

Também

 

Provoca-me

Com desenvoltura

Agrarra-me na mão

Sinto-me perdido

De desejo

Seguro a dela

Num ápice dá-me um beijo

Na face

E zás…

Lança-se à água decidida

Arrastando-me com ela

Para uma líquida aventura

 

Mergulho de cabeça

Surpreendido

Perco-a

Recupero o sentido

Abraço-a

Escapa-se

Volto a segurá-la

Já não me escapa

Tento beijá-la

Aconteça o que aconteça

Diz-me que não

E rende-se

Para vencida

Me pedir perdão

 

Deu apenas para ficar a saber

Sem fantasia

Que o corpo das sereias de água doce é escorregadio

Causa arrepio

E que a poesia

Por vezes

É afrodisíaca

 

Numa praia fluvial paradisíaca

Como a do açude de Miradezes

in Mulheres de Amor Inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 11 de Julho de 2008

Henrique António Pedro