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domingo, 21 de abril de 2013

Amor pretérito passado simples






O nosso amor já não é
Foi!

É pretérito passado simples
simplesmente

Este amor já não é!
Ponto final

Teria sido, fora
quando também tu me amavas!
Pretérito passado composto

Ponto e vírgula

Este amor já não é!
É, ainda!
Pretérito mais que perfeito

Fora sim
amor
se..

Reticências

Este amor já não é!
É!

Presente do indicativo

Agora se cumpre
na memória
plenamente

Com todo o impacto
das coisas boas e más
que subsistem em nossas vidas

Dois pontos

Este amor já não é
Será!

Futuro condicional

Lembrança pura
enquanto dele memória houver

Ponto de interrogação

sábado, 20 de abril de 2013

Amar mais e mais




Os meus olhos
não vêem além do horizonte
e os ouvidos não escutam mais que os sons e os ruídos próximos
fugidios

As mãos não tacteiam mais que a pele de corpos
e a superfície dos objectos

O coração apaixona-se sem sabe porquê
e o cérebro apenas suporta uns quantos cálculos, associações e deduções

O meu espírito angustia-se
e oprime-me a ansiedade
porque não sou livre
porque estou limitado
encarcerado
dentro de mim

A olhar o mundo e o cosmos
por uma estreita fresta
por onde mal passa a luz

Mas o meu espírito anseia por ver mais
tactear mais
ouvir mais
amar mais
e mais
e mais

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Amo-te quando e sempre


Amo-te quando e sempre

te olho

te falo

te desejo

te afago

e te beijo

 

Quando e sempre grito ao vento

a minha paixão por ti

e sem dúvida nenhuma

a ti te declaro o meu amor

por todo o tempo

 

Quando e sempre

mais forte bate o coração

e sem razão alguma

sinto medo de te perder

e sem pesar nenhum

a nossa vida bendigo

 

Amo-te quando e sempre

sonho um futuro de sonho

contigo

 

Amo-te quando e sempre

nos amamos ou sofremos em comum

como quando eu próprio senti

as tuas dores de parto

em mim

 

Amo-te quando e sempre

de ti me aparto

a sofrer

 

Amo-te quando e sempre

escrevo versos sentidos

banais

que só porque te amo

são

para mim

poemas geniais

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011

Henrique António Pedro

 

 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Escadas helicoidais




Surgiu-me esta ideia
quando subia as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

Poderia ter-me surgido ao descer
depois de acordar
o que seria bem mais difícil
porque sempre desço mais atento
aos passos
mais ainda que às ideias
porque maior é o risco de tropeçar
e de cair

Por isso nunca liberto as ideias
ao descer
e antes me seguro ao corrimão
com uma mão
para as não deixar fugir

São umas escadas altas
em madeira de castanho
enroladas
de formato helicoidal
que dão acesso a uma varanda
interior
que
como se vê
também me conduzem por mim a dentro
quando me vou deitar

Sendo que o mais certo
será com alguma coisa sonhar
enquanto durmo
de espírito ao léu

Escadas de sonho
que sempre que sinto sono
subo
como se subisse para o céu

Surgiu-me esta ideia
ao subir as escadas que todos os dias subo
quando me vou deitar

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A POESIA DE AMOR NÃO PASSA DE UM FARSA?



A poesia de amor não passa de uma farsa

de uma momice

de uma doce aldrabice?

 

De uma mistificação rimada

declamada

cantada

decantada

e nem sempre bem-intencionada?

 

A poesia de amor é um fingimento de sentimento

uma perda de razão?

 

É um chorrilho de fantasias e falsidades

de meias verdades

de falsas alegrias

de piruetas e caretas

de esgares próprios da paixão?

 

A poesia de amor não passa de uma farsa

com que o poeta

com versos perversos se disfarça?

 

A poesia de amor é um paradoxo

uma desgraça

um meio pouco ortodoxo

de redenção?

 

OH, não!

A poesia de amor é uma libertação

uma divina graça

mesmo quando não passa

de uma sublime encenação!

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 14 de Março de 2012

Henrique António Pedro

 

Leia mais no link seguinte:

https://henriquepedro.blogspot.com/2017/11/a-poesia-de-amor-nao-passa-de-uma-farsa.html

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A minha aposta é inundar o mundo de poesia




A minha aposta é inundar o mundo
de poesia

Colher poemas na natureza
e na vida
e lançá-los nos ares
com a devida leveza
para que as aves
as rádios e os jornais
as televisões e as redes sociais
os semeiem nos corações
e a poesia se torne
no motor das multidões

Para que a ninguém falte a paz
nem o pão
no dia a dia
e sempre sinta alegria
em seu coração

Para que a angústia de sofrer
se dilua em melodia
e o desassossego
seja só
o enlevo de viver

E para que assim
a poesia se cumpra
por fim
como augúrio
da nova humana condição