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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Amor, o nosso Deus



Lê-se em todos os Livros Sagrados

dizem-no todos os grandes profetas

e místicos consagrados de todas as religiões

proclamam-no fiéis de todas as convicções

em seus cânticos de glória e louvor:

- Deus é Amor!

 

Pois seja!

Façamos então do Amor

… o nosso Deus!

 

Judeus e gentios

cristãos de todas as confissões

islâmicos e budistas

cátaros e hinduístas

espiritistas e mações

gente de toda a cor

a todos nos une o Deus Amor

 

Mesmo aqueles que em Deus

não acreditam

ao Amor não deixarão

por certo

de dar crédito

 

Pratiquemos, portanto, o Bem

no dia-a-dia

quando trabalhamos

amamos

ou escrevemos poesia

 

E sempre que alguém nasce

e nos enche de alegria

ou nos diz definitivo adeus

deixemos que o Amor nos tome

e comande

façamos do Amor o nosso Deus

 

Vale de Salgueiro, 21 de Novembro de 2007

 Henrique António Pedro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

No início da Primavera




De ontem para hoje
lá fora nada mudou
e se alguma coisa de novo ocorreu
foram só enganos e mentiras

Apaguei o televisor
calei a rádio
rasguei os jornais
fiz off ao computador
libertei o coração

Dormi
sonhei
e mandei a crise às urtigas

De ontem para hoje
muitas coisas novas aconteceram
no meu mundo
neste Domingo de Ramos
início de Primavera

Há mais chilreios
mais anseios de amor
mais perfumes a pairar
no ar
mais botões de flor
a desabrochar
mais esperança
à espera

Apaguei o televisor
calei a rádio
rasguei os jornais
fiz off ao computador
libertei o coração

Neste Domingo de Ramos
início de Primavera

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Em mim não acredito e de Deus desconfio






O Cosmos de meu avô João

era toda a terra em que à luz das estrelas

semeava pão


O meu

é todo o espaço-tempo

em que planto poemas

eivados de dilemas

e de contrição

 

Cosmos infinito

mas pequenino

o meu!

 

Do tamanho do silêncio

indiferente

de Deus

 

Magistério de mistério

que professo como monge

porfiando poesia

 

A gritar poemas sem tino

e a acenar

a acenar

na esperança de que alguém

me virá salvar

 

Se é que não ando a deitar

tudo a perder

 

Em mim não acredito

e de Deus desconfio…

que só Ele

me poderá valer

 

Vale de Salgueiro, 24 de Outubro de 2007

Henrique António Pedro

 ção, Outubro de 2013)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Assim a inspiração bate à porta



Geia lá fora

há estrelas no céu

a luzir

ao luar

 

Àquela hora morta

durmo a bom dormir

 

A Natureza que me rodeia

enrolada em silêncio

e neblina

é uma menina

que seria malvadez

acordar

 

Mas eis que a inspiração

bate à porta

a preceito

sem timidez

 

Com pancadas fortes

rimadas

é um poema que quer entrar

que se obstina

em não se deixar esquecer

não tenho outro jeito

senão

de me levantar

 

Ossos do ofício de poeta

que teima em dormir

de alma desperta

 

Pois seja

 

Ei-lo!

 

Amanhã

de manhã

mal o sol raiar

cuidarei de o publicar

 

Vale de Salgueiro, domingo, 13 de Dezembro de 2009

Henrique António Pedro

in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Amor de Maio




Agora que entrou Maio
langoroso, sensual e perfumado
lembro
saudoso
e sorrio
com agrado

A pantera cor-de-rosa
que eu acariciava
temeroso
deliciado

No prado
ameno
à beira rio
marchetado de malmequeres

Reclinava a cabeça no meu peito
amorosa
a jeito de que eu a pudesse mimar
com a juba odorada de feno
a esvoaçar

A sua mão era a brisa
que me abria a camisa
e me convidava a voar

Agora que entrou Maio
langoroso, sensual e perfumado
lembro
saudoso
e sorrio
com agrado

domingo, 5 de maio de 2013

Amai mais e mais





Amai!

Amai
tudo e todos

Amai!

Amai
as pedras do caminho
o capim daninho que pisais

Amai
mais e mais

Amai!

Escutai vosso amor em eco
reflectido no horizonte
no ermo sem vivalma
no deserto mais seco
nas fragas do monte
dentro e fora de vós
mesmo se estais
sós

Amai!

Amai
a água que bebeis
o ar que respirais
não deixeis que a Natureza
seja conspurcada jamais

Amai!

Deixai que a voz do amor
se ouça mais
que o ranger de rancor
ou a raiva de dor

Amai!
Mais e mais