domingo, 2 de outubro de 2016
Poema erudito
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Se assim bate o seu coração
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Aquela paixão não passou de um poema escrito num pedaço de papel que ardeu
Escrevi
aquele poema na minha própria alma
com
a tinta doirada do meu amor
e com
toda a minha arte
na
esperança de que ela o lesse
e o
guardasse com o ardor
em
seu coração
Ela
tomou-o, porém
por
um aparte
burlesco
literatura
de cordel
Pediu-me
ainda
assim
o
que fiz com frenesim
que
o escrevesse num pedaço de papel
que
mal leu
e que
depois de amassá-lo
acabou
por cremá-lo
em fugaz
incêndio
no
grosseiro cinzeiro
de
vidro vulgar
Sobrou
um montículo de cinza
que
com um sopro
leve
e
um despiciendo piparote
sacudiu
do decote
Não
tem porque se lamentar
agora
que
anda perdida
a
esmo
a
lamentar-se de não me ter dado a merecida atenção
Aquela
paixão
indevida
não
passou disso mesmo
De um
poema que escrevi
com
frenesi
num
pedaço de papel
que
ardeu
só porque ela não o mereceu
Vale
de Salgueiro, terça-feira, 29 de Novembro de 2011
Henrique
António Pedro
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Só de olhar
Já a Primavera se transmuda
em Verão
Já o Sol se põe e muda de
posição
deixando atrás de si um
resplendor alaranjado
que se desvanece e me deixa
extasiado
enquanto o céu escurece
e a Terra se encobre de
escuridão
Já a Lua brilha cristalina
já se acende a estrela
vespertina
depois outra após outra
marchetando o Firmamento
que por fim se ilumina de
cerúleo polimento
mais abrangente
Nenhuma ideia brilhante
nenhuma palavra redundante
uma rima sequer
indiciam poemas na minha
mente
Nem eu tristonho me
predisponho a poetar
assim mergulhado na soledade
do fim do dia
extasiado com a serenidade da
contemplação
Sob o olhar da Lua
que em silêncio percorre o
céu e me olha
como se estivesse ali
postada
ela sim
para a mim me contemplar
e cobrir com o seu véu
Mas eu não tenho dilemas
penas para espiar
ninguém para namorar
nada de poemas
um verso que seja para
escrever
apenas solidão
Nada à Lua posso dar
nada a Lua me oferece
à Lua nada pedi
por si
mesmo sem inspiração
Só de olhar
Vale de Salgueiro, 20 de
Junho de 2012
Henrique António Pedro
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Com poesia a mim mesmo me engano
Confidencia-me
o seu segredo mais íntimo
que
silencio nos ouvidos
e sepulto
no coração
Ouso
ir mais além
porém
Codifico
o segredo em poema
e lanço-o
ao vento
também
Ficará
bem melhor guardado
ainda
assim
por
todo o tempo
Porque
a poesia é a arte de enganar
com
a verdade
de
esconder a tristeza com alegria
de
disfarçar com amizade
a paixão
Por
isso as palavras me saem da mente
agora
em
torrente
sem
chama
nem
drama
nem
razão
Concertadas
em poema depenado
cujas
pétalas perfumam o chão
agridoce
dessa
doce intimidade
com
que ela me desengana
sem
me causar maior dano
Na
verdade
sou
eu que com poesia
a
mim mesmo me engano
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 13 de Agosto de 2010
Henrique
António Pedro
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Poente
dentro de mim