Não!
Decididamente
não sou poeta de epopeias
Sou poeta do quotidiano
de ideias
de alegrias
de dores
e de amores
Um poeta comum
Ainda que incomum seja meu canto
Misto de pecador
E de santo
Poeta das angústias
que acompanho
decomponho
e componho
em rudes melopeias
Poeta que canta o possível
o verosímil
o suportável
mais o inimaginável
Quando o amor mo permite
e deixa margem para poder escrever
quando a dor o admite
Apenas quando a dor se tolera
E outra coisa da poesia se não espera
Se canta a dor para a mitigar
Ou quando o amor abranda
Se canta amor para o amor relançar
Ou quando o espírito se acende
Em alegria incontida
E o poeta se rende
Ao fascínio do Universo
E de amor viver a vida
Sou um poeta comum
Ainda que incomum
seja o meu canto
Vale de Salgueiro, terça-feira, 21 de Outubro de 2008
Henrique António Pedro