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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Elegia de Outono


 

Há roseiras a rosir

agora pelo Outono

frágil entono

quando as romãs começam a rir

e os ouriços no alto dos castanheiros

altaneiros

quase

quase

a parir

 

E as andorinhas

a partir

 

A atmosfera

e os campos

ensaiam simulacros de Primavera

por todos os cantos

mas a cor dominante não é o verde fulgurante

pintalgado de papoilas e malmequeres

e da sensualidade desnuda das mulheres

 

São tons quentes de castanho

de folhas amarelecidas

que se vão desprendendo pelo vento

de árvores entristecidas

simulando alegria

em derradeiro arreganho

que é  lamento

elegia

pura poesia

 

Só as mães

depois que lhe morrem os filhos

não voltam mais

a sorrir

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 23 de Setembro de 200920101011

Henrique Pedro

 

6 comentários:

  1. E neste Outono ainda há rosas a florir.
    Tantas surpresas vão acontecer
    Neste tempo de amanhecer
    Nesta vida onde sorrir também é um renascer
    De tanto que há para amar do pouco que vai florir.

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  2. Belo quadro outonal.
    Beijo
    Nanda

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  3. Todos nós temos uma estação de eleição,a minha é o outono.
    Quase,poderia definir a minha vida como:-Era uma vez num outono...
    Bonito poema,poeta Henrique Pedro como sempre!

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  4. Muito lindo, parabéns, Henrique, como é bom ver um homem tão cheio de sensibilidade, abraços de poesia!

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  5. Bom Dia Amigo,
    Um belo retrato outonal
    Parabéns!!!
    Votos de bom domingo

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  6. Belo texto..."São tons quentes de castanho
    de folhas amarelecidas
    que se vão desprendendo pelo vento
    de árvores entristecidas..." O vento desprende as folhas secas, para dar nova roupagem a natureza, que com as chuvas, se fazem fartas, de saias longas, e tons de esperança e de arco-íris. Uma doce noite meu querido e meu abraço.

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