Noite tropical igual a tantas noites santas
nada se sente de mal
Há estrelas no céu esmeralda a brilhar
uma brisa perfumada a soprar poesia
nostalgia e desejo
muito muito desejo de muito amar
Eis que de repente
quando nada o fazia esperar
da floresta salta a serpente
Ilumina-se a noite de clarões e explosões
ouve-se o silvo das balas a voar
não tarda gritos e gemidos de homens aflitos
a morrer
ali mesmo a meu lado
sem que ninguém lhes possa valer
Também disparo
calado
revoltado
em lágrimas banhado
Eis que de repente
quando não era de esperar
o silêncio volta a reinar
a poesia à minha mente
Tiro a mão do gatilho
iluminado de um novo brilho
regressam ao mato os miasmas da guerra
Uma explosão maior de alegria em meu coração
me diz que a guerra é fugaz
apenas a eterna espera da paz
Digo adeus às armas
Terras do régulo Capoca (Norte de
Moçambique), Setembro de 1973
(Poema reconstituído, de memória, em
21/10/2010)
Boa noite
ResponderEliminarAdorei a sua poesia. Parabéns :))
Bjos
Votos de uma óptima noite.
Não a guerra sim a poesia!
ResponderEliminarLindo! Parabéns, meu caro!
Bjos de Deliciosa Ilusão.
Valeu poeta! Paz e amor
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