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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Entre o Sol e a Lua


Já o Sol declina

já a noite se adensa

 

Já se divisa o halo da Lua

imensa

por entre as copas do olival

que emoldura a colina

 

No lusco-fusco apenas brilha Vénus

disfarçado de estrela

 

Sobre o Mundo paira o ar pesado

abafado

do relativismo moral

 

A Lua surge esplendorosa

redonda

silenciosa

sorrateira

envergonhada

a certificar- se de que o Sol já se apagou

na Terra inteira

 

Que pecados terá cometido ela

para vir assim corada

se já não há mal algum

se tudo é relativo

permissivo

amoral

interesseiro?

 

Se já nem é pecado matar

seja onde seja

e porque motivo for

se já não há amor verdadeiro

 

Se toda a mentira é agora útil

piedosa

o insulto gratuito

a ofensa graciosa

no Mundo em que tudo tem preço

e só o bem passou ser inútil

um adereço

 

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 27 de Julho de 2010

Henrique António Pedro

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