Já o Sol se põe
e muda de posição
deixando atrás de si
um resplendor alaranjado
que se desvanece
enquanto o céu escurece
Já a Lua brilha cristalina
já se acende a estrela vespertina
depois outra após outra
marchetando o Firmamento
que por fim se ilumina
de cerúleo polimento
mais abrangente
Nenhuma ideia brilhante
nenhuma palavra redundante
uma rima sequer
indiciam poemas na minha mente
Nem eu tristonho
me predisponho a poetar
assim mergulhado na soledade
do fim do dia
extasiado com a serenidade
da contemplação
Sob o olhar da Lua
que em silêncio percorre o céu
e me olha
como se estivesse ali postada
ela sim
para a mim
me contemplar
e cobrir com o seu véu
Mas eu não tenho dilemas
penas para espiar
ninguém para namorar
nada de poemas
um verso que seja para escrever
Nada à Lua posso dar