terça-feira, 28 de março de 2017
Poisam poemas pela Primavera
O meu pensamento batia a todas as portas
angustiado
mas não tomava assento
E as palavras voavam em remoinho
como folhas mortas
pássaros sem ninho
ao sabor do vento
Mas eis que chega a Primavera
do nosso contentamento
tempo de alegria
reino da poesia
Agora as palavras voam livres
felizes
por toda a parte
como pássaros
como flores de todas as formas, sons e cores
de rara arte e beleza
Concertadas em versos
em poemas alados
amores perfumados
dispersos pela Natureza
Poemas que esvoaçam, poisam e chilreiam
por todo lado
terça-feira, 21 de março de 2017
Digam lá se isto não é poesia!
Digam lá se não é
poesia
o começo da
Primavera
Digam lá se não é
poesia
o desabrochar de uma
flor
a espera ansiada
e já com amor
da mulher amada
mesmo se ainda nem é
sequer
nossa namorada
Digam lá se não é
poesia
o sorriso que a
criança oferece
sem que se lho peça
mesmo que não se
mereça
Digam lá se não é
poesia
tudo receber com
alegria
mesmo se não nos
apetece
aceitar
Digam lá se não é
poesia
tudo que oferecemos com
fantasia
quando nada temos
para oferecer
Digam lá se não é a
poesia
a mais linda forma
de dar
e receber
que é
amar!
Vale de Salgueiro, domingo,
21 de Março de 2010
Henrique Pedro
sábado, 18 de março de 2017
Ouço o eco da minha voz no infinito
Em dia-noite
escuro
chuvoso
e frio
tropeço
numa pedra de silêncio cósmico
Caio
mas
levanto-me
a custo
Venço o
medo
e retomo
o caminho
com os
joelhos da Razão a sangrar
dúvidas
e angústias
Paro
por fim
no
umbral do templo do Tempo
esgotado
o Espaço
e grito
em silêncio:
- «Eu não
reconheço nem aceito a morte!
Sou ou
não sou filho de Deus?»
A minha
voz ecoa no infinito
persiste
Ouço o
eco
É tudo
que me resta e me basta
embora nem
saiba onde moro
Prova de
que vivo
não
morro
e Deus
existe
sexta-feira, 17 de março de 2017
Quem tem olhos tem alma
Quem tem
olhos tem alma
ainda
que bom
ou mau
coração
Quem tem
olhos tem alma
e pensa
embora
possa não ter razão
Quem tem
olhos tem alma
mas
menos vê
se anda
cego
de
ambição
Quem tem
olhos tem alma
e chora
embora
possa chorar
sem sentir
compaixão
Quem tem
olhos alma
e a luz
do amor
no seu
interior
embora possa
não amar
por não
querer
Quem tem olhos tem alma
embora possa não ver
nem acreditar
Quem tem olhos tem alma
embora possa não ver
nem acreditar
terça-feira, 14 de março de 2017
Pão, amor e poesia
Como
o pão que me alimenta
é
a poesia que me sustenta
me
faz viver
lutar
sorrir
resistir
Porque
há um nexo de esperança
de
inabalável alegria
e
verdade
na
minha poesia
Uma
constância de Fé
que
tem no Amor a força maior
na
Verdade o caminho
em
Deus origem e destino
e
só encontra fim na Eternidade
Às
vertigens de angústia
que
por vezes me assolam
temores
de que me engano a mim mesmo
receios
de que apenas iludo a minha dor
respondo
com relances de espiritualidade
que
me consolam
e
iluminam a Razão
A
minha poesia é teimosia
ardor
visceral
intemporal
mais
forte do que eu
Deus
ma deu
a
plantou no meu coração
sábado, 11 de março de 2017
O que mais a mim me faz pensar…
Ainda
assim
o
que a mim mais me faz pensar…
É
justamente admitir que um dia
irei
ter que me separar
daqueles
que por tão bem lhes querer
ainda
mais a vida me fazem amar
É
pensar na razão de ser
de
tão puro amor interior
e
na dor
de
um dia ter que os perder
Consola-me
a ideia, porém
de
que o Criador, para nosso bem
e
para nos pôr a reflectir
assim
o quis dispor
E
por força desse pensamento
rasgar-nos
o coração por dentro
a
Alma e a Razão nos abrir
garantindo-nos
a Redenção
numa
terna e eterna união
Vale
de Salgueiro, quarta-feira, 27 de Junho de 2012
Henrique
António Pedro
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