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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Crónicas Secretas do Afeganistão III Namorando nas ruas de Cabul




De mão dada
Eu e minha nova namorada
Turca
Nas ruas de Cabul
Ambos vestidos de burca

Paramos à porta de Shah Muhammad Rais
O livreiro
Célebre no mundo inteiro

Não nos atrevemos a entrar
Porque para mulher afegã
Aprender a ler e a escrever é demais
E nós não estamos aaqui para namorar
Tão pouco para por vias disso morrer
Jamais

Assim disfarçados a nossa missão
Desta manhã
É militar

Mas estamos ambos tão enamorados
Que fazer sexo é um desejo enorme
E para nós tem nexo

Teremos que aguardar
Porém
Por leis e locais
Mais aprazados
Se tudo correr bem
E conforme


Afeganistão, Ponto GPS Burca, 20082005
Brian P. Smith



Apostila:
Estou em Cabul desde a semana passada, no cérebro da guerra, depois de um helicóptero Chinook me ter resgatado dos picos das montanhas. 
Muito em breve serei de novo lançado às feras, bem para o centro dos combates que decorrem lá para os lados da vila de Pushghar, no Vale Panjshir. 
Entretanto cumpro as mais doces e perigosas missões que imaginar se pode. Ao lado de uma linda cidadã turca, que também ali está, como eu, ao serviço das forças da NATO.
Terá algum efeito local a recente Resolução do Parlamento Europeu sobre os direitos das mulheres no Afeganistão? Duvidamos.
 Quem vai ganhar esta guerra e o que acontecerá a seguir? Maiores são as nossas dúvidas.
Apercebemo-nos de que a nossa mútua vontade de fazer amor é latente.




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