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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

UM LIVRO ABERTO NO DESERTO XVIII – Sempre que anoitece no deserto




Vivo dia por dia
Crente de que a vida me não engana
De que amanhã estarei vivo
E poderei continuar a sonhar
Contigo

Porém
Sempre deixo algo para fazer amanhã
E depois de amanhã
E na próxima semana
E no ano que vem

Algo que me prolongue o sonho
Que me faça pensar
E acreditar
Que assim viverei mais tempo
Quiçá para sempre

Nem mesmo a saudade
Que me vem de verdade
Sempre que anoitece
E me entristece
A sofrerei toda já
Hoje

Deixarei a maior parte
Para a sofrermos depois
Os dois
Em paz
Em silencioso lamento

Tenho assim a certeza
De que não te esquecerei

E que o meu amor merece a tua beleza
E não é tão fugaz
Como o vento


Daniel Monforte, Legião Estrangeira
Algures no Deserto do Sahara
 11 de Agosto de 1955

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