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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Moro no infinito. Existo na eternidade


.

 

Arrasto comigo o infinito
e a eternidade
para onde vou

Vá para onde for encontro espaço sem fim

Morra quem morrer
não se acaba o tempo

Aqui onde estou
no tempo em que vivo
é onde o infinito se inicia
e a eternidade começa

Vivesse noutro tempo
em qualquer outro lugar
com ar para respirar
e cérebro para pensar
sentiria a mesma sensação
o mesmo aperto de coração
o mesmo lapso de Razão

Por isso moro no Infinito

E existo na eternidade

domingo, 19 de abril de 2015

Por não ter tempo a perder a pensar



(in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016))


Por não ter tempo a perder

a pensar

 

Tempo para me demorar

a ir

e a vir

do coração ao mundo

da razão ao cosmos

de mim à eternidade

 

Tempo para me perder no dia-a-dia

em tecnologia

em cálculos

em tramas

em enredos judiciais

 

Nos livros de contabilidade

nas páginas dos jornais

e em tudo o mais

 

Os meus poemas são atalhos

curto circuitos

auto-estradas mentais

entre mim e a verdade

pendente

 

Por não ter tempo a perder

a pensar

escrevo poesia

para prontamente

lá chegar


Vale de Salgueiro, terça-feira, 8 de Setembro de 2009

Henrique António Pedro

 

 

 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Maravilhado ando eu com o Amor


 
 


Maravilhado

ando eu

com o Amor

 

Mais do que com o Sol ou a Lua

as estrelas

o Céu

a Terra

o mar

o trovão

as aves e os aviões

que voam nos ares

e atolam a Razão

 

O Amor

esse

transborda o coração

e extravasa a mente

 

É mais do que a gente sente

 

A mais generosa dádiva do Criador

 

O prodígio maior da Criação

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 4 de Outubro de 2010

Henrique António Pedro

 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Eu sabia que um qualquer dia





Eu sabia que um qualquer dia

 

Eu sabia

que um qualquer dia

havia

de lá tornar

 

Era o coração que mo dizia

 

E que ao lá voltar

tornava a muitos mais lugares

separados no tempo

espalhados mas ligados

no mesmo fio de sentimento

numa estranha conexão

que só mais tarde compreendi

 

Só não sabia

que seria

assim tão de repente

sem razão visível

nem causa aparente

e que sentiria o que senti

 

Só não sabia

que encontraria

tudo assim tão diferente

tantos espaços desertos

tanta gente ausente

tantos silêncios abertos

 

Fiquei por isso parado

calado

no doce prazer de sofrer

a recordar

tomado de nostalgia

 

Daquela galega morrinha

que ainda agora

agorinha

me não mata

mas me mói

 

Doer

de verdade

dói a saudade

 

Vale de Salgueiro, terça-feira, 7 de Setembro de 2010

Henrique António Pedro 

in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sonho e sinto saudade


 

 

Não tenho tempo
presente
passado
nem idade

Apenas sinto
saudade

Não tenho futuro
obscuro ou risonho

    Não tenho espaço
nem sei o que faço

Apenas sonho

Não sei que coisas são paixão
rancor
penas
ou compaixão

Vivo no universo da fantasia
o mundo da poesia

Apenas sinto
amor

sábado, 31 de janeiro de 2015

Poesia que sinto e não escrevo


 

Passa nas nuvens
nos sonhos
nos desejos
a correr
fugaz

Sob mil formas de amar
e de sofrer
de vento
e de contratempo

A poesia que sinto e não escrevo

Porque não sei
não quero
não tenho tempo
ou não sou capaz

A poesia que sinto
e não sei escrever
é angústia
é tormento

Epifenómeno do meu viver