sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Quem é quem amo?
Muitas
vezes me quedo parado
a olhar
com os
olhos do rosto
e da
alma
a quem
amo de verdade
Depois
dou por mim deslumbrado
sem que
saiba porquê
Assim como
quando
fascinado
me deixo
ficar extasiado
pelo
nascer do sol
ou pelo
sol-posto
Quem sou
eu?
Donde
venho?
E quem é
quem amo?
Este
deslumbre de amor
não é
racional
É um
portal
da
eternidade
É um
divino fascínio
que me
faz acreditar
e a mais
e mais
Amar
Henrique António Pedro
in Anamnesis (Ed. Autor- Jan 2016)
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
A pensar que penso só porque penso que penso
Fico parado
por vezes
a pensar
A pensar que penso
só porque penso
Alheado por fora
fascinado por dentro
Sem me aperceber
sequer
do vento
que por dentro
me perpassa
sem graça
vazio de sentimento
nem quente
nem frio
A olhar o vazio
sem adormecer
a pensar que penso
só porque penso que penso
Fora de mim a mim nada me diz
dentro de mim a mim nada me
digo
sem penas nem dilemas
em minha mente
o meu coração nada sente
apenas penso
no meu umbigo
Entremente
rumino poesia
regurgito poemas
somente
A pensar que penso
simplesmente
demente
só porque penso que penso
Vale de Salgueiro, domingo, 11
de Julho de 2010
Henrique António Pedro
terça-feira, 29 de novembro de 2016
E o meu espírito assim se redime
Sem querer
por vezes me desalento
desanimo
me esvazio de
mim
me oco por
dentro
caio em crise
de fé
e mal me tenho
de pé
(E quem
se não eu
se poderá
esvaziar de mim?)
Momentos em
que a angústia
me assalta a
Razão
a ansiedade me
toma o coração
e o meu espírito
nele próprio se comprime
Já não é dor
exterior
que sinto
é sim um sofrimento
atroz
interior
Então o maior
grito de fé
grito-o em
silêncio
porque a maior
dor
a sinto por
dentro
E o meu espírito
assim se redime
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Não guarde para si a última bala
Não guarde para
si
a última bala
A sua derradeira
dor
fala
sorriso
beijo
abraço
o último bater
do coração
Guarde apenas para
si
o seu último
poema
a poesia da
vida inteira
para declamar
perante o Criador
Para que seja
Ele a decidir
se é
ou não
merecedor
de continuar a
amar
a ler
e a escrever poesia
A dar
e a receber
amor
e a sentir
alegria
mesmo depois
de morrer
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Um homem apaixonado
Sou um homem
apaixonado
trago a
paixão
por
perto
Vivo de
alma atada ao corpo
pelo
sopro do amor
laços de
afecto
amarras
de ilusão
liames
de fantasia
São abraços
beijos
desejos
laivos
de poesia
Com que
me embaraço
enlaço
e desenlaço
A minha
alma voa em seu esplendor
flutua
até à Lua
mas não
cai
no chão
da rua
Faço das
tripas coração
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Amar nunca é demais
Tanto sonho havemos de
sonhar
que acabaremos por
transformar
o sonho em realidade
Tanta ilusão havemos
de construir
que acabaremos por
cair
na realidade
Tanta coisa havemos de
comprar
e vender
que acabaremos por
aprender
o seu real valor
Tanta mentira havemos
de urdir
que prenderemos a
discernir
a pertinaz verdade
Tanto havemos de
pensar
que acabaremos por
ganhar
consciência plena de
nós
Tanta guerra havemos
de travar
que acabaremos por proclamar
a paz
de viva voz
Tanta dor havemos de
sentir
que acabaremos por
descobrir
o que nos faz sofrer
E tantas paixões
venais
havemos de viver
que aprenderemos a
reconhecer
o verdadeiro amor
e que amar
nunca é
demais
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