sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Há roseiras a rosir
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Escrevelendo
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
O amor e a imaginação
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Como pode a vida ter por fim a morte?
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Mil virgens fatais são demais
Tão curtos são os nossos passos
tão frouxos os nossos abraços
tão limitado o nosso olhar
tão falível a nossa mente
que duvido que algum dia
mesmo por fantasia
possamos deixar de ser gente
e vir
a ser
deuses
Anjos sequer
Muito menos se nos fizermos deflagrar
seja porque causa seja
tão pouco por uma qualquer
mulher
que seja
E como poderíamos nós
tirar gozo das tais mil virgens fatais
num paraíso irreal
sem pernas e sem pénis
sem braços e sem beiços
com que as pudéssemos possuir
e amar?!
Jamais
Nem mesmo imaginar
sequer
Trágico seria
só
admitir
e sorrir
Mil virgens fatais são demais
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 18 de Fevereiro de
2011
Henrique António Pedro
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Apenas lágrimas para partilhar
Apenas lágrimas para partilhar
in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
Quando
e
onde nasci
mum
pequeno mundo rural
do Portugal implantado na Europa
por
engano
ainda
se bendizia a Deus
pelo
pão de cada dia
se
benziam as colheitas de cada ano
e se
celebrava o seu sucesso com alegria
Porque
se sabia quanto custava
andar
um ano inteiro a mourejar
ao
sol ardente
à
chuva
ao
frio
e à
geada
para
se conseguir o sustento
um
naco de pão que fosse
arado,
semeado, ceifado, malhado, moído, amassado, cozido
partido
e repartido
com dor
amor
e suor
à
força da enxada
e do
timão
Mergulhou-se
depois num mundo fácil
de
frágil
e
fugaz ilusão
Com
demasiada gente que deveria chorar mas que cantava
e ria
por
tanto ter que esbanjar
que adorava
os falsos deuses que lhes punham a mesa farta
e do
mundo da miséria os apartava
mas
lhes encondia a verdade
Agora
são
milhares os seres humanos que não têm que comer
nem
deuses a quem agradecer
e que
apenas têm lágrimas
para
partilhar!
Mais
a angústia de não saber que fazer
Agora
mais
do que nunca
tem
sentido a palavra solidariedade
Vale
de Salgueiro, quarta-feira, 10 de Junho de 2009
Henrique
António Pedro